Passei a vida a aprender a escrever desta maneira. Eu e todos. E até me dou bem. Mas há uma quantidade de pessoas que ainda não se adaptaram a este mundo ortográfico. Uns conseguirem domar a língua do zarolho e outros não tem sido até motivo de separar a farinha da farinha com fermento. O facto de o pimpolho ser baptizado com ou sem p faz toda a diferença. Um filme de acção tem muito menos da dita sem aquele c. Como é possível proporem a mudança de uma língua que o Zé ainda não assimilou? O Zé ‘tá confuso…
Com esta moda da uniformização, a maior metade da nossa bandeira um dia ainda passa a amarelo (por homenagem ao castor, claro…).
Convenhamos que aquela variedade de tuga que usam do outro lado do mar tem mais interesse para os estrangeiros pouco habituados aos nossos truques de vogais surdas do que para nós. Só o português acha normal que a sua língua (português de Portugal modestamente apelidado de europeu) seja assimilada por uma sua variedade. Claro, o povo do pé nervoso é mais numeroso. (Por isso que deixou de haver inglês britânico e o Hugh Grant passou a falar como o Will Smith). Mas esta mudança traz uma vantagem, com a queda de agás mudos, hífenes, pés, cês, acentos e outras manchas gráficas, os livros vão gastar menos toners e ter menos páginas o que talvez traga a literatura ao encontro do bolso do Zé.
E os jornais? Ahh... os jornais. O Zé vai ler os jornais como quem vê telenovela com legendas!!
P.S.: Será que o facto de o eterno candidato a Lisboa estar nas raízes deste acordo não deveria por si só ser motivo bastante para a anulação? Vá lá!... O Zé gostava…
sábado, fevereiro 07, 2009
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