sábado, julho 22, 2006

Vá de ferias... wherever!

Não acredito que haja alguém que a esta altura do campeonato nao tenha começado a contar tostões para saber a quantos dias e a quantos quilómetros de casa poderá ir nos dias em que o patrão é obrigado a abrir mão de si involuntariamente ao abrigo de um qualquer artigo do código do Direito do Trabalho, o tal código que torna um assalariado contratado protegido por uma máquina governamental especial que transforma onze meses de trabalho em catorze meses de salário, va-se lá saber porquê. Não que o dinheiro seja muito, nunca é... Mas também não se pode dizer que o português comum ganhe menos do que merece...
Ora entao, FERIAS... Dei por mim ontem a concordar com uma rábula cartonista do JN:
- Quatro em cada cinco portugueses vai para fora cá dentro.
- Pois, e o outro, que sabe línguas, vai para fora que é mais barato...
Que o país está de tanga já nos disseram, mas nesta altura até proporciona um bronzeado mais apelativo... Agora faz-me alguma confusão que seja mais barato ir uma semana para a Madeira (fora cá dentro, mas da parte de fora) do que passar uma semana em Vila Nova de Cerveira, que fique (muito) mais barato ir uma semana para o Brasil do que para o Alentejo, que seja menos doloroso para a carteira refastelarmo-nos numa esteira em Cabo Verde do que fazer concorrência ao Zezé Camarinha entre as aveques e as camones no Algarve.
Todos nos queixamos do preço do combustível, mas começo a pensar que o defeito é dos veículos estupidamente gastadores com que nos movemos em terra, já que qualquer viagem que inclua avião fica mais em conta. Se bem que como as férias de cá nao incluem a viagem que o Pobre faz até ao destino, o problema poderá estar antes no custo da alimentação. Ora estamos a falar de cinco míseros pequenos-almoços que se fazem em duas horas e meia, máximo, na totalidade... talvez a diferença resida na qualidade do colchão, ou das vistas, ou entao, da falta de vista de quem faz, cá dentro, preços para fora.

sexta-feira, julho 14, 2006

Pirataria moderna

Acho um piadão ao Johny Depp a fazer de si próprio enquanto brinca aos piratas. Mas hoje em dia quando falam de pirataria não lhe atribuem nenhum do brilho que vemos nos filmes. A pirataria moderna refere-se à cópia, venda ou distribuição de material sem o pagamento dos direitos de autor.
A pirataria envolve os mais diversos produtos, como por exemplo, as roupas. Pergunto-me se uma costureira que copia um vestido de uma revista está a fazer pirataria ao fazer a cópia e comercialização sem pagamento de direitos ao detentor da ideia de fazer uma racha daquele tamanho? Também os utensílios domésticos são alvos de pirataria. Alguém me diz quem inventou a colher de pau, por favor? É que eu fiz uma na aula de trabalhos manuais e queria pagar os direitos à criatura… Já muito se falou de genéricos, mas o que é certo é que os remédios também padecem de pirataria. E mezinha de avó, também tem de pagar direitos? E como os direitos estão na ordem do dia, também há pirataria nos livros (em geral, já que falar em literatura era fechar muito o leque). Pergunto-me se a Margarida Rebelo Pinto paga direitos a si própria por estar sempre a escrever as mesmas coisas….
Não percebo muito de costura, há muito que deixei de ter trabalhos manuais, não me dedico às mezinhas sob risco de fazer piorar o doente e o meu caso com os livros é uma psicose bem resolvida com as estantes lá de casa… Mas quanto à música, utilizo a Internet sempre que posso, só não sei ainda o que é realmente pirataria na música. Alguém sabe?
(Este post integrou o programa Galeria, gravado ao vivo no Bar do Lago, no dia 12)