No canto da sala existe já pela primeira vez na história daquele andar uma árvore com 2 metros ou qualquer coisita acima da conta certa. Tudo começou com o desembrulhar da caixa, o espreguiçar de cada um dos ramos e eis que 2 horas, 5 fitas, 2 correntes, um chorrilho de lâmpadas e 91 bolas depois quase foi possível sentir na cara o calor da lareira na noite de natal. Bem... não foi da lareira, eu instalei o Natal lá em casa nos primeiros dias de Novembro num dia de Sol cujos raios entravam pela janela e vinham pôr na árvore a brancura que a neve não lhe dava.
Oops, o topo estava ainda um bocado nu. Na falta de anjos, coloquei lá um pai natal de cerâmica sentado num sino comprado numa loja da concorrência. De qualquer forma, e tenham os anjos o sexo que tiverem, há muito que o macho man do pólo norte monopolizou o mês das luzinhas e dos embrulhos.
A epopeia continuou com o presépio. Very childish, como tantas outras coisas lá por casa.
Tenho um menino que parece uma mumiazinha, ou se calhar uma borboleta que ainda não o é. Longe de mim chamar nomes ao senhor dos espinhos ou insinuar alguma coisa acerca da sua virilidade pouco atestada nos blogues bíblicos da época e de quem não se conhece descendência.
Mariposas à parte, segue-se um José que é, como o nome indica, um homem comum como há tantos, que vive à sombra da mulher, essa sim famosa, a quem continuam a lisonjear com festas, romarias, procissões e até nomes de ruas. Um José que criou, de plena consciência, ao contrário de muitos, um filho que não era dele e que o ensinou a ser carpinteiro, quando toda a gente sabe que médico e advogado é que ganha dinheiro. Boa pessoa, mas pouco inteligente. O rapaz porém acabou por encontrar vocação noutro cargo de dinheiros facilitados: político. E tinha jeito. Continua a ter muito militante no partido que fundou.
Do outro lado, com um carrapito de cada lado, a Maria. É um facto que não teve grande sorte na clínica que escolheu mas quando a avisaram que vinha aí rebento, já não foi a tempo de subscrever o Médis por causa do período de carência. E o que o estado comparticipa é um telhadinho de colmo, um leito de musgo, e um ar condicionado patrocinado pelos animais da quinta.
Por falar nisso, atrás do trio admirado está o asno, a soprar ao pequenote. Estamos em época fria. Já não há moscas. Se houvesse, quando ele sacudisse o rabo fazia vento, e lá se ia a teoria dos bichos como fontes de calor natural, q'ais geisers das grutas... Mas, vai dái, eram úteis na mesma, para afastar o calor do menino. Conclusão: burro é util como fonte térmica ou como ventilação. Toda a gente devia ter burros em casa (mas acho que acontece mais amiúde do que se gostaria...).
A vaca... bem, a vaca anda por aí, estamos quase no fim do mês e ainda não a vi. O tempo joga a favor. Sorte para o puto. Se estivesse a contar com o calor da vaca, que é uma figura conhecida por dar calor, bem morria. Deve estar a escrever outro livro.
Tenho um pastor e três memés que mais parecem caniches. Estão um bocadito magros e pequenitos. Bem-aventurados os que passam fome porque serão saciados. Descansem bichos que quando o cachopo crescer, e morrer, e o mundo acabar, virão tempos de prosperidade para vocês e as ervas vão ter 2 metros de altura como essa árvore que vos está agora a fazer sombra e que escusam de roer que é de plástico.
Em cima da cabana, tenho um anjo. Volta e meia tomba. Pensei que os anjos não bebessem... Está a mudar a minha ideia da igreja. Quando olho para ele sinto-me mais perto do Altíssimo.
A fechar a pintura lá estão os senhores da TMN. Desta vez não foram visitar a tia a Marrocos, e nas caixitas não trazem telemóveis. Estou intrigada: tenho três reis e só um camelo. O preto, claro, veio a pé, mas e os outros, juntinhos no mesmo camelo... Parece que destes três reis nenhum é de espadas... iupi ai ai iupi iupi ai!!
E é assim esta a imagem de família unida e feliz tão tradicionalmente portuguesa, sobretudo pela parte da cabana e por o único vislumbre no cenário de bacalhau ser o farrapo velho, que me aquece o coração e me faz querer que esta época de paz, amor e harmonia não acabe, porque Natal é quando o homem quer, que o digam as Marias, os Josés, os burros, as mariposas e todas as vacas que nos dão cor à vida durante os outros meses do ano.
Bom Natal.
Oops, o topo estava ainda um bocado nu. Na falta de anjos, coloquei lá um pai natal de cerâmica sentado num sino comprado numa loja da concorrência. De qualquer forma, e tenham os anjos o sexo que tiverem, há muito que o macho man do pólo norte monopolizou o mês das luzinhas e dos embrulhos.
A epopeia continuou com o presépio. Very childish, como tantas outras coisas lá por casa.
Tenho um menino que parece uma mumiazinha, ou se calhar uma borboleta que ainda não o é. Longe de mim chamar nomes ao senhor dos espinhos ou insinuar alguma coisa acerca da sua virilidade pouco atestada nos blogues bíblicos da época e de quem não se conhece descendência.
Mariposas à parte, segue-se um José que é, como o nome indica, um homem comum como há tantos, que vive à sombra da mulher, essa sim famosa, a quem continuam a lisonjear com festas, romarias, procissões e até nomes de ruas. Um José que criou, de plena consciência, ao contrário de muitos, um filho que não era dele e que o ensinou a ser carpinteiro, quando toda a gente sabe que médico e advogado é que ganha dinheiro. Boa pessoa, mas pouco inteligente. O rapaz porém acabou por encontrar vocação noutro cargo de dinheiros facilitados: político. E tinha jeito. Continua a ter muito militante no partido que fundou.
Do outro lado, com um carrapito de cada lado, a Maria. É um facto que não teve grande sorte na clínica que escolheu mas quando a avisaram que vinha aí rebento, já não foi a tempo de subscrever o Médis por causa do período de carência. E o que o estado comparticipa é um telhadinho de colmo, um leito de musgo, e um ar condicionado patrocinado pelos animais da quinta.
Por falar nisso, atrás do trio admirado está o asno, a soprar ao pequenote. Estamos em época fria. Já não há moscas. Se houvesse, quando ele sacudisse o rabo fazia vento, e lá se ia a teoria dos bichos como fontes de calor natural, q'ais geisers das grutas... Mas, vai dái, eram úteis na mesma, para afastar o calor do menino. Conclusão: burro é util como fonte térmica ou como ventilação. Toda a gente devia ter burros em casa (mas acho que acontece mais amiúde do que se gostaria...).
A vaca... bem, a vaca anda por aí, estamos quase no fim do mês e ainda não a vi. O tempo joga a favor. Sorte para o puto. Se estivesse a contar com o calor da vaca, que é uma figura conhecida por dar calor, bem morria. Deve estar a escrever outro livro.
Tenho um pastor e três memés que mais parecem caniches. Estão um bocadito magros e pequenitos. Bem-aventurados os que passam fome porque serão saciados. Descansem bichos que quando o cachopo crescer, e morrer, e o mundo acabar, virão tempos de prosperidade para vocês e as ervas vão ter 2 metros de altura como essa árvore que vos está agora a fazer sombra e que escusam de roer que é de plástico.
Em cima da cabana, tenho um anjo. Volta e meia tomba. Pensei que os anjos não bebessem... Está a mudar a minha ideia da igreja. Quando olho para ele sinto-me mais perto do Altíssimo.
A fechar a pintura lá estão os senhores da TMN. Desta vez não foram visitar a tia a Marrocos, e nas caixitas não trazem telemóveis. Estou intrigada: tenho três reis e só um camelo. O preto, claro, veio a pé, mas e os outros, juntinhos no mesmo camelo... Parece que destes três reis nenhum é de espadas... iupi ai ai iupi iupi ai!!
E é assim esta a imagem de família unida e feliz tão tradicionalmente portuguesa, sobretudo pela parte da cabana e por o único vislumbre no cenário de bacalhau ser o farrapo velho, que me aquece o coração e me faz querer que esta época de paz, amor e harmonia não acabe, porque Natal é quando o homem quer, que o digam as Marias, os Josés, os burros, as mariposas e todas as vacas que nos dão cor à vida durante os outros meses do ano.
Bom Natal.
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